Webinar sobre a Inovação Digital no Sector Público reúne PrimeIT, DGES e FCT

Webinar sobre a Inovação Digital no Sector Público reúne PrimeIT, DGES e FCT

Junho 28, 2021

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Na passada quinta-feira, realizou-se mais uma edição do Prime Webinar, desta vez para analisar a Inovação Digital no Sector Público. Presentes na sessão estiveram três profissionais de peso, Miguel Brito Campos, actual Senior Executive na PrimeIT e responsável pela aposta na Administração Pública, Pedro Rosa, Coordenador de IT na DGES, e Paulo Barroso, Consultor DevOps na FCT.

Para moderar este quinto episódio do evento online contámos com o apoio do Miguel Brito Campos, que é licenciado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, pelo Instituto Superior Técnico, e tem uma vasta experiência de mais de 20 anos no Sector Público, ao nível da Direcção de Projectos de IT e de Gestão de Mercado. De acordo com a sua visão, “existe, em Portugal, uma grande dinamização das plataformas e infraestruturas”, relembrando que “o nosso país pertence a um grupo de elite na União Europeia, denominado como D9+, que são os doze países mais digitais dentro da UE”. Desta forma, Miguel reforça que “estamos na liderança deste aspecto da digitalização e da disponibilização de plataformas e serviços públicos digitais, o que nos permite estar num patamar de excelência”. Contudo, e apesar deste lugar de destaque, reforça que “existe também uma necessidade, que já está identificada, que é a capacidade de o cidadão ser um cidadão digital, de forma a colocarmos mais pessoas a serem beneficiárias desses serviços que já estão disponíveis”. Relativamente ao Status da transformação digital, Miguel destaca ainda a importância que “a pandemia, que recentemente nos assolou, teve neste processo, porque acelerou em parte a entrada de algumas pessoas no mundo digital”.

De seguida, com a participação de Pedro Rosa, que para além do seu papel enquanto Coordenador de IT na DGES e professor de Informática na Universidade Europeia, conta também com a experiência da coordenação da Unidade de Informática da Faculdade de Ciências da UNL, da informatização da PCM e administração de Sistemas da Teclabs, ficámos a conhecer a realidade da Direcção-Geral de Ensino Superior, nesta jornada da transformação digital. Pedro deu início ao seu contributo no Webinar destacando “o mote das excelentes universidades e politécnicos que Portugal tem e que são uma força motivadora para nos fazer trabalhar e modernizar os serviços”. No caso em concreto desta instituição, “já estamos há muito tempo com um elevado número de serviços digitalizados, tal como é o exemplo das candidaturas ao ensino superior, que há muitos anos que são exclusivamente digitais, ou do próprio acesso às bolsas”. Para Pedro, esta é uma das formas de garantir que a DGES tem acompanhado bem as necessidades do seu mercado, contudo, reforça que é sempre necessário melhorar esta oferta e que “nos últimos três anos, felizmente o Estado tem proporcionado apoios a nível de financiamento para integrar os sistemas de informação, permitindo-nos dar melhores respostas aos nossos utilizadores, de uma forma mais capaz e mais rápida, e pedindo o menor número de informação possível”. Para tal, a DGES lançou a ideia do SIMGES, que se baseia na reintegração dos sistemas que já dispunham, com o intuito de se tornarem totalmente digitais. A título de exemplo, Pedro refere que, ainda antes da pandemia, já estavam a avaliar a necessidade de manter, ou não, o atendimento presencial, ou que alterações podiam ser aplicadas, e que o confinamento “foi um motor para avançarmos mais depressa, e para potenciarmos um novo sistema”. Esta abordagem, fazia ainda mais sentido no universo das bolsas de estudo, onde o Coordenador de IT revela que têm mais de 90 mil utilizadores, para serem geridos por uma equipa de, aproximadamente, 80 colaboradores, que seriam incapazes de dar uma boa resposta sem estarem fortemente digitalizados. Quando questionado sobre esta mesma necessidade de reintegrar serviços, noutras áreas da Administração Pública, Pedro responde que a uniformização é visível, mencionando a plataforma da interoperabilidade da AMA – Agência para a Modernização Administrativa, que potencia exactamente a união da informação entre entidades. Um exemplo da sua funcionalidade para a DGES é exactamente o cruzamento de dados, da Segurança Social e Finanças, para a atribuição de bolsas, de acordo com a devida autorização do candidato. Para Pedro, esta dedicação na transformação digital, “está a acontecer um pouco com todas as instituições, um dinamismo que com o PRR – Plano de Recuperação e Resiliência – já começamos a ver mais mudanças, o que, para mim, é estarmos num bom caminho”. Relativamente à relação da DGES com a PrimeIT, e que tem tido “bons resultados”, como refere o Coordenador de IT, esta surge pela necessidade de criar uma aplicação que permitisse aos alunos acederem a informação relativa às bolsas e diplomas através dos seus telemóveis, de uma forma muito mais rápida, sendo mais uma medida desta Direcção Geral para melhorar a oferta ao seu público-alvo.

Após estes bons exemplos, e recuando a uma das notas dadas pelo moderador, logo no início da sessão, onde refere que se, por um lado estamos na liderança da UE ao nível de plataformas e serviços, por outro é necessário investir na capacitação digital de todos os cidadãos. Para Miguel Brito Campos, existem então três grandes desafios, sendo que o primeiro “é a necessidade de criar um maior “awareness” à volta do digital, porque há pessoas ainda um pouco cépticas”, mas que viram a sua perspectiva ser mudada pelas necessidades da Covid-19, como é o caso de “renovar o Cartão de Cidadão, realizar escrituras, solicitar documentos oficiais”. Contudo, o Senior Executive refere que é necessário dar continuidade a este trabalho, “com acções de sensibilização, com spots publicitários, com a informação de que não há idade para ser digital, para que as pessoas com mais idade não pensem que isto já não é para a sua geração. O mundo hoje é todo ele digital e, para não haver exclusão, o cidadão também tem de ser digital”. O segundo desafio identificado tem por base a capacitação, “porque também não vale a pena capacitar pessoas que não estão envolvidas ou motivadas”, ou seja, é necessário primeiro criar interesse junto da população para depois ensinar a dar uso a diferentes ferramentas. Por fim, nestes que são os desafios mais relevantes, o último é “continuar na crista da onda” e manter o investimento que se tem feito nas plataformas e serviços públicos digitais, como é o caso da chave móvel digital.

A segunda participação neste Webinar contou com a voz da experiência de quem está no terreno a trabalhar efectivamente para estas mudanças, como é o caso de Paulo Barroso, Consultor DevOps na FCT, pela PrimeIT, e que já abraçou muitos projectos de relevância em empresas de referência no mercado. O especialista em tecnologia concorda com o já referido anteriormente, e a sua própria instituição “tem uma enorme vontade em fazer um upgrade de comunicação com o público-alvo, neste caso, com os bolseiros e investigadores da Fundação, de forma a facilitar o acesso a informação disponibilizada pela FCT”. O projecto em que Paulo tem trabalhado “passou por uma actualização de tecnologias, que até aqui dificultavam a interacção entre os utilizadores e a FCT, e houve um forte investimento financeiro neste sentido”. Este projecto permitiu então oferecer “novas aplicações, plataformas de acesso, respostas mais imediatas e mais credíveis”, contudo, e à semelhança de Pedro Rosa, também realça que ainda há um longo caminho pela frente, mas que os objectivos serão cumpridos se mantivermos este empenho. Quando questionado sobre ser necessário integrar sistemas e reeducar o cidadão para ser mais tecnológico, responde que, na sua visão pessoal, “em Portugal, ainda estamos longe de atingir outros países europeus, apesar do esforço enorme para acompanharmos a tendência e evoluir”, mas “estamos a abraçar projectos grandiosos” e “temos pessoas dos 8 aos 80 anos a querer interagir mais digitalmente” o que comprova que os resultados desta transformação.

Através de uma macro visão sobre este Webinar, com foco na Inovação Digital no Sector Público, podemos concluir que, apesar do considerável investimento que foi feito nas últimas duas décadas no desenvolvimento de serviços e plataformas digitais, é da opinião consensual entre os participantes que existe uma grande necessidade de concretizar um conjunto de estratégias e acções que visam eliminar o “gap” que ainda existe na nossa sociedade relativamente à capacidade de utilizar e explorar o digital de forma transversal no quotidiano do dia-a-dia de cada português.

A PrimeIT está, desde o início do ano, a trabalhar na construção de uma equipa totalmente dedicada ao Sector Público, com vista a participar no Programa Portugal 2030, no Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal (PRRP) e em outras iniciativas, contribuindo com todo o know-how que adquirimos nos últimos 14 anos de existências. O Programa Portugal 2030 e o PRRP, afirmam-se como estratégias claras do que a sociedade deverá contemplar nas próximas décadas, de forma séria, mas também corajosa, ética e verdadeiramente visionária, assumindo uma posição de liderança da Europa no Mundo. Assente em 8 eixos, dos quais Inovação e Conhecimento; Qualificação, Formação e Emprego; Energia e alterações climáticas; entre outros, temas estes que também são dominantes no trabalho desenvolvido pela PrimeIT.