Tecnologia e sustentabilidade – Como usar a inovação para travar as alterações climáticas

Tecnologia e sustentabilidade – Como usar a inovação para travar as alterações climáticas

Julho 21, 2023

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À medida que os avanços tecnológicos invadem a vida social e económica, surgem mais questões quanto ao impacto da inovação na sustentabilidade da Terra, seja ele positivo ou negativo. Actualmente, a tecnologia e a sustentabilidade andam de mãos dadas para travar alterações climáticas e, consequentemente, salvar ecossistemas e dar mais qualidade de vida a todas as comunidades.

Afinal, poderá a inovação tecnológica ajudar a travar as alterações climáticas? Ou será que o impacto negativo da tecnologia é superior àquele que os ecossistemas poderão suportar?

Neste artigo vamos tentar responder a estas questões e apontar exemplos de como a tecnologia pode ajudar a travar a crise climática.

 

Tabela de Conteúdos

Tecnologia e Sustentabilidade – As consequências da acção humana

 

Tecnologia e sustentabilidade – As consequências da acção humana

Estamos a deixar para trás o período geológico Holoceno e a Terra está movimentar-se para entrar (oficialmente) numa nova era: o período Antropoceno. O anterior período – Holoceno -, que tinha como principal factor determinante a estabilidade da temperatura do planeta, dá lugar ao período Antropoceno, que se caracteriza pelo impacto humano na terra e nas consequências irreversíveis que as acções humanas têm sobre a Terra. Desde o aquecimento global à acidificação dos oceanos, passando pela poluição do ar e da água.

A expedição ao lago Crawford, no Canadá, foi determinante para se pôr esta hipótese. Pela primeira vez, encontraram-se evidências do impacto humano nos sedimentos acumulados neste lago, como plutónio, metais pesados, cinzas de centrais eléctricas e microplásticos.

Para tentar reparar as consequências negativas da acção humana, tecnologias como a Inteligência Artificial, a Cloud Computing, Big Data, Internet of Things e 5G, estão a tornar-se mais sustentáveis e a desempenhar um papel essencial para monitorizar o impacto da acção humana e apontar ajustes necessários para evitar gastos de recursos desnecessários.

Estas tecnologias emergentes estão já a redefinir o panorama social e económico e, quem sabe, poderão redefinir o panorama climático.

 

O desenvolvimento de tecnologias sustentáveis

De forma a diminuir o impacto que os avanços tecnológicos têm no ambiente, tem havido um esforço colectivo para que estas consumam menos energia. A tecnologia sustentável, ou tecnologia verde, é a simbiose entre tecnologia e sustentabilidade que a Terra precisa para travar a crise ambiental.

E, além das aplicações tecnológicas estarem já no caminho para que elas próprias se tornem mais sustentáveis, fazem também parte da estratégia para o desenvolvimento sustentável. Assim, a tecnologia sustentável existe para devolver qualidade de vida às pessoas, enquanto prioriza a preservação dos ecossistemas.

Tendo em conta o relatório “Como a Inteligência Artificial pode Possibilitar um Futuro Sustentável?”, levado a cabo pela PWC e a Microsoft, ao juntar tecnologia e sustentabilidade, é possível “reestruturar indústrias, descobertas cientificas, esforço humano e até o poder económico”.

Actualmente, temos assistido ao esforço colectivo para que os países se digitalizem ao mesmo tempo que reduzem drasticamente as emissões de carbono. Esta é, por isso, uma oportunidade para que se utilize a tecnologia em serviço da sustentabilidade.

 

Aplicar tecnologia verde

As tecnologias emergentes estão a ser aplicadas, essencialmente, em cinco grandes áreas: energia, transportes, poluição do ar e florestas e água.

Segundo o relatório publicado pela PWC, em parceria com a Microsoft, a utilização da Inteligência Artificial nestas cinco áreas tem um impacto positivo na construção de um futuro sustentável, tanto a nível ambiental como a nível económico.

 

A IA no sector energético

Quando falamos em tecnologia e sustentabilidade, o sector energético é dos que tem mais hipóteses de aplicar inovações tecnológicas para reduzir o impacto e as emissões de carbono para a atmosfera.

A aplicação de IA passa por ter uma melhor distribuição de energia, assim como do armazenamento da mesma. As entidades de gestão de energia terão de aproveitar todo o potencial das redes, conseguindo que um local não exceda o consumo diário estabelecido, mas não cortando com o abastecimento total.

Para isso, a IA pode monitorizar e apontar os locais na rede onde ainda é possível explorar o abastecimento ou onde será necessário fazer uma melhor gestão do mesmo. Além disso, esta tecnologia emergente poderá também apontar os locais onde é proveitoso explorar energias renováveis com menores custos.

Para isso, a PWC e a Microsoft apontam para a necessidade de implementar IoT16 a nível industrial. Esta poderá ter mais custos a curto prazo, mas que se traduzirão em poupança de recursos no futuro. No relatório, está também apontada a necessidade de mais pontos de carregamento para veículos eléctricos que possibilitem um carregamento mais rápido.

 

Tecnologia aplicada aos transportes

Para além dos pontos de carregamento, é essencial que os veículos elétcricos sejam mais eficientes, tornando-se numa alternativa viável para o dia-a-dia de cada pessoa que utiliza carro.

Apesar de ser necessária a exploração de lítio para ser aplicado nas baterias dos veículos eléctricos, a indústria e a utilização dos mesmos têm uma emissão de carbono bastante inferior aos veículos com motor a diesel, gasolina ou a gás.

Nos veículos onde é aplicada IA, é possível utilizar-se os softwares de navegação inteligente e condução ecológica, que indicam como consumir menos energia dia após dia. A IA pode apontar trajectos com menos trânsito em tempo real, fazendo com que se viaje de forma mais eficiente e sustentável.

 

A tecnologia nas florestas e limpeza do ar

Parece um contra-senso aplicar tecnologia em algo orgânico como uma floresta. No entanto, esta pode ser uma mais valia para detectar desflorestação ilegal e monitorizar as condições das florestas em tempo-real.

Para tal, a IA pode analisar dados provenientes de satélites ou de sensores plantados no chão. Com esses dados, poder-se-á agir em conformidade e proteger as florestas de forma mais eficaz.

E, como são as florestas que emitem oxigénio e limpam o CO2 presente na atmosfera, proteger as florestas é ter uma melhor qualidade de ar. Contudo, a poluição que está hoje presente no ar representa um perigo real para saúde de qualquer pessoa e, consequentemente, um custo económico significativo em cuidados de saúde e respectivas infraestruturas.

 

A IA na gestão da água

Com as alterações climáticas, muitos países estão a sofrer de secas extremas e prolongadas, o que se traduz na falta de água. Com a IA, é possível monitorizar e prever caudais de rios e a água potável que estará disponível no futuro. Com esta monitorização, será mais fácil gerir o uso de água potável para acções mais ou menos importantes e, assim, eliminar gastos desnecessários.

Com a melhor gestão deste recurso, as entidades de abastecimento de água terão menos custos e conseguirão reduzir os impactos ambientais.