A primeira página na World Wide Web

A primeira página na World Wide Web

Agosto 4, 2023

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São 32 anos da web como serviço público. Hoje celebramos aquele que foi o primeiro passo para a criação de todo o conteúdo digital que temos hoje: a 6 de Agosto de 1991 foi publicada a primeira página na World Wide Web.

Ainda que a primeira página tenha sido publicada só em 1991, o desenvolvimento da World Wide Web começou 11 anos antes. A pesquisa feita na corrida tecnológica entre os EUA e a URSS, durante a Guerra Fria, culminou no desenvolvimento de uma rede mundial que permitia a armazenar conjuntos de dados.

Neste artigo relembramos como tudo aconteceu e como evoluiu até hoje.

 

Tabela de conteúdos:

A primeira página web

 

A evolução da World Wide Web

 

A primeira página web

O ano era 1980 e Tim Berners-Lee tinha sido contratado pelo CERN – Organização Europeia para a Investigação Nuclear -, para desenvolver um projecto de armazenamento de conjuntos de dados. Nesse mesmo ano foi lançado o ENQUIRE, aquele que seria o projecto embrionário da World Wide Web.

Além do armazenamento de dados, o ENQUIRE conseguia reconhecer informação, facilitando o trabalho dos cientistas que se encontravam a desenvolver outros projectos no CERN. O ENQUIRE, apesar de inovador e altamente funcional, tinha algumas limitações e, por isso, Tim Berners-Lee voltou ao CERN quatro anos depois.

 

Como surgiu a World Wide Web?

De forma a criar um banco de dados interligado e que permitisse a partilha de informação por todo o mundo, Tim Berners-Lee começou a desenhar um projecto que, em 1984, não despertou o interesse de muitos.

De forma a melhorar a performance do ENQUIRE, Berners-Lee desenvolveu um banco de dados que permitia ir buscar informação alojada em diferentes servidores e a diferentes tipos de softwares. Além disso, o ENQUIRE passaria também a ter links, de forma a facilitar o acesso a informação e incentivar ao desenvolvimento tecnológico e científico.

Para desenvolver este projecto, o developer utilizou o primeiro servidor web – um computador chamado NeXTcube –, escreveu o primeiro browser, denominado WorldWideWeb, delineou o Protocolo de Transferência de Hipertexto – o HTTP – e desenvolveu a linguagem de código HTML. Além disso, Tim Berners-Lee escreveu também a primeira página web. O que distinguia a WWW de outros sistemas que já existiam era o facto de esta não ser a proprietária do conteúdo lá depositado. Isto é, era possível criar outros softwares dentro desta rede.

Em 1991, Berners-Lee tinha todas as ferramentas desenvolvidas e, a 6 de Agosto, publicou o resumo do projecto que tinha vindo a desenvolver nos 11 anos anteriores. A primeira página na World Wide Web lançada era um conjunto de notícias e o site chamava-se “alt.hypertext newsgroup”.
A World Wide Web passou então a ser usada publicamente, primeiro por laboratórios de física e por departamentos de pesquisa de universidades e, dois anos mais tarde, passou a ser de uso público.

 

A evolução da World Wide Web

Depois de Berners-Lee publicar a primeira página web para partilhar informação com outros cientistas, um pouco por todo o mundo surgiram adaptações do seu trabalho para que toda a rede conseguisse comunicar.

Por exemplo, em 1991, o software developer Paul Kunz, que trabalhava para o Stanford Linear Accelerator Center (SLAC), ficou impressionado com o trabalho de Berners-Lee e decidiu levar o servidor NeXTcube para o centro onde desenvolvia os seus projectos. Em conjunto com Louise Addis, adaptou o sevidor ao sistema operativo VM/CMS para conseguir mostrar o catálogo do SLAC. Assim, este foi o primeiro servidor web na América do Norte.

Não foi senão em 1993 que a World Wide Web passou a ser pública e livre para ser utilizada pela comunidade fora dos laboratórios e das universidades. Ficou conhecida como web 1.0 e caracterizava-se por ser estática e não ter interactividade. Ou seja, cada página publicada servia apenas para leitura.

18 anos mais tarde, surgiu oficialmente a web 2.0. É a internet tal como a conhecemos hoje, e tal como a usamos em todas as áreas da vida pessoal e profissional. Caracteriza-se por ser altamente interactiva e por ter um tempo reduzido de transferência de dados.

Actualmente, a web 3.0 está a ser desenvolvida e diferentes regiões do mundo estão já a preparar-se para a adoptarem. Esta terceira vaga da web está concentrada em proteger dados pessoais, mantendo a propriedade intelectual de quem cria conteúdos para a internet, seja em redes sociais ou sites. É pretendido que a web 3.0 seja descentralizada e, para tal, estão a ser aplicadas estratégias de criptografia e tecnologias como a blockchain.